quinta-feira, 31 de maio de 2012

Pedro II cria seu próprio dinheiro, o Opalas

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Com a finalidade de combater o processo de concentração econômica local e a respectiva evasão de dinheiro para outros municípios, lideranças populares, comunitárias, sindicais, órgãos públicos e ONGs de Pedro II, se unem para criar sua própria moeda.
Opalas é uma alternativa à moeda habitual (real). As moedas sociais já circulam em vários municípios brasileiros e em todo o mundo.
O Piauí já vive a experiência positiva da moeda social. O município de São João do Arraial foi o primeiro a implantar o dinheiro com o nome de COCAIS que segundo Raimundo João, a idéia serviu de inspiração para Pedro II.
Para o dirigente estadual da Obra Kolping do Piauí, Raimundo João, a economia de Pedro II precisa ser fortalecida. Só uma parceria entre movimentos sociais, ONGs e poder público será capaz de promover o desenvolvimento do lugar.
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“Somamos, portanto, a unidade dos movimentos e órgãos com o desejo de fortalecer a economia da cidade, apoiando financeiramente as pessoas empreendedoras e de baixa renda e iniciar as discussões e sensibilização das pessoas”. Fala João.
O líder disse que o grupo buscou outros modelos e locais onde a moeda já existia e tomou conhecimento de estudos feitos pela Universidade Federal da Bahia na área de banco comunitário e do dinheiro social e logo convidou a instituição para lhes orientar no projeto.
“Várias oficinas e debates foram realizadas no sentido de aprofundar a discussão. Nada veio de cima pra baixo”. Ele disse que muitas discussões e planejamentos foram feitas e decididas coletivamente. 
“Técnicos da Obra Kolping, Sindicatos, Igrejas Católicas e Evangélicas, Associações, Microempresários, Prefeitura de Pedro II e outras entidades representativas do município estão envolvida nesse trabalho”. Comentou Coordenador da Kolping.
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A instituição “Rede Banco Opala” é criada e será gerida por uma coordenação compostas de entidades sob a orientação e acompanhamento da ONG Obra Kolping de Pedro II.
Raimundo João afirma que “a Opalas vai promover o município, mas, sobretudo incluir as pessoas na economia local além de desenvolver, sustentavelmente, Pedro II. Garantimos que a auto-estima do pedrosegundense vai melhorar”.
A opala vai apoiar eventuais empréstimos cobrando uma pequena taxa de administração, mas o que prevalecerá é o apoio financeiro às pessoas do município que procurarem o banco.
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A produção de rede e a extração do minério opala no município foram fundamentais para a escolha dos nomes do banco e da moeda. Aliás, Pedro II está repleto de grandes artesãos do fio que tece a rede e da lapidação da opala que se transforma em jóias.
Hoje as pessoas pegam o seu dinheiro e vão compra em Teresina, Piripiri e outros municípios. Com a instituição da moeda, essas mesmas pessoas vão está estimuladas a gastar seu dinheiro aqui, em Pedro II.
Ele diz ainda que alguns vão resistir, inicialmente, o dinheiro Opalas, pois “as pessoas tem muito medo do novo, no caso, da moeda alternativa, mas vão superar e perceber que ela veio para incluir”. Argumenta.  
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A “Opalas” vêm em forma de cédula com desenhos símbolos da cidade: casarões, pinturas rupestres, redes e opalas. Seus valores serão de 50 Centavos, 1 Opalas, 2 Opalas, 5 Opalas e 10 Opalas.
O dinheiro, produzido em papel moeda é fabricado pelo Banco Central do Brasil. Raimundo João garante que a moeda é segura e está protegida de possíveis falsificações.
Para receber o dinheiro “Opalas”, comércios locais estão sendo cadastrada junto ao Banco Rede Opalas. A moeda será apresentada e iniciará sua distribuição a partir do dia 8 de junho, data em que será apresentada a toda sociedade pedrosegundense e aos turistas que estarão na cidade em virtude do festival de inferno de Pedro II.
Raimundo João explica que “a pessoa que estiver passando por uma necessidade objetiva, deva procurar o banco que e verificará a situação e certamente a instituição vai lhe apoiar financeiramente emprestando o dinheiro (opalas) cobrando uma pequena taxa administrativa”.
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O banco colocará 40 mil Opalas à disposição de artesãos, microempresários, sacoleiras, donos de pequenos negócios e dos trabalhadores em geral.
Os valores a serem contratados será de até 500 Opalas por pessoa, o que equivale a 500 reais.
O trabalhador interessado deverá se dirigir à sede do Banco Rede Opalas que funcionará no Centro Artesanal de Pedro II, setor comercial da cidade.
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